Por Fabrício Teixeira e Luiz Gustavo Pacete
Após longo período de evasão de fiéis, igreja católica utiliza com mais ênfase a televisão, a internet e outras ferramentas para construir uma poderosa rede de mídia e reaver seus seguidores
Alisson e Roberta Chaves de Oliveira são casados há seis anos e têm um filho pequeno, de um ano e quatro meses. Moradores de São José do Rio Preto, no noroeste paulista, aproveitaram as últimas férias de Alisson para fazer algo inusitado. Em vez de badalação ou praia, a família viajou cerca de 650 quilômetros rumo ao sudeste, até a sede da rede Canção Nova, em Cachoeira Paulista, para passarem uma semana conhecendo o grupo de mídia católico.
Não faltou o que fazer. O complexo da Canção Nova ocupa uma área de 455 mil quilômetros quadrados (57 mil construídos), em que trabalham 1.500 funcionários. São rádios, editora, emissora de televisão com vários estúdios, redações, departamentos administrativos e um centro de evangelização onde cabem confortavelmente 60 mil pessoas sentadas. Além de alojamento para os colaboradores em passagem pela cidade, há ainda área para acampamento e diversas capelas, uma para cada setor. É, afinal, uma Disneylândia dos católicos. Alisson e Roberta terão muita coisa para conhecer da emissora que acompanham há mais de um ano. "Todas as quartas não perdemos a missa do 'Clube da Evangelização' e também palestras como as do Padre Léo e do Padre Bruno, que são coisas de outro mundo", diz Roberta. Empolgados com o turismo litúrgico, mal se dão conta de que fazem parte de um fenômeno em amplo crescimento no país: o marketing católico. Em resposta à progressão dos neopentecostais, o Vaticano passou a incentivar iniciativas que misturam ideias da Renovação Carismática Católica (RCC), estudo de mercado e suporte de mídia e comunicação.
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